A Epistemologia da Poética
A poética aristotélica tem como
tarefa descobrir os atributos essenciais da poesia e ignorar as propriedades
possíveis mas incertas e inconstantes das obras poéticas individuais. A poética
é universalista, pois não se preocupa com a análise ou a interpretação das
obras poéticas concretas. «O cerne da poética aristotélica é construído por
definições ou afirmações sobre universais genéricos»[1]. Segundo
Todorov, “cada texto particular é apreciado como a manifestação de uma
estrutura abstrata. Desta forma, inscreve-se no âmbito geral da ciência e o seu
objectivo já não é a descrição da obra singular, a designação do seu sentido,
mas sim o estabelecimento de leis gerais de que o texto particular é produto.”[2]
Quando a demonstração de Aristóteles
deu lugar à mereologia – estudo lógico de relações entre as partes e o todo e
das relações entre as partes e o interior de um todo – foi dado um grande passo
para que a poética fosse aceite como uma disciplina científica. A mereologia é
extremamente importante para a poética, uma vez que afirma que qualquer ciência
que estude apenas as “partes” sem atender ao “todo” está a dar uma informação
insatisfatória e incompleta.
Assim, a epistemologia da poética
está caracterizada como sendo uma ciência universalista devido à mereologia. A
epistemologia da poética é, assim, válida e aceite como tal.
Sem comentários:
Enviar um comentário